terça-feira, 7 de julho de 2009

Um desafio: levar milhares de torcedores de um lado a outro do país

Definição das chaves da Copa de 2014 pode "travar" a circulação aérea



Durante a Copa serão realizados 64 jogos, dos quais 48 só na primeira fase e apenas 16 nas fases subsequentes. Os primeiros 48 jogos serão realizados em doze cidades, com média de quatro jogos em cada. As seleções poderão fazer seus três jogos em cidades diferentes. Se a Fifa seguir os critérios tradicionais, não haverá uma única cidade-sede para cada seleção, nem mesmo para os cabeças-de-chave. Todas as seleções, acompanhadas de seus torcedores, se movimentarão de uma cidade a outra. Uma alternativa, diante do tamanho do país, é a regionalização das chaves. Nesse caso, cada um dos oito grupo será numa região e cada seleção jogará – na primeira fase – em cidades diferentes, mas na mesma região.


Considerando as 12 cidades escolhidas, poderiam ser estabelecidos quatro grupos regionais. Norte-centro oeste: Manaus, Cuiabá e Brasília; Nordeste: Fortaleza, Natal, Recife e Salvador; Sudeste: Belo Horizonte, São Paulo e Rio de Janeiro; Sul: Curitiba e Porto Alegre. Essa divisão fica evidentemente desigual, uma vez que o Nordeste foi contemplado com quatro cidades.

Outra distribuição regional poderia ser entre as cidades ao norte e ao sul de Brasília. Ao norte: Manaus, Cuiabá, Fortaleza, Natal, Recife e Salvador. Ao sul: Brasília, Belo Horizonte, São Paulo, Rio de Janeiro, Curitiba e Porto Alegre. No entanto, essa divisão não é a mais adequada do ponto de vista da malha aérea.

Chegaríamos, então, à seguinte divisão em quatro grupos de três cidades, com possibilidades de voos diretos entre estas, ou com uma delas como hub (ponto de distribuição):
Norte-Centro oeste: Manaus, Cuiabá e Brasília;
Nordeste tradicional: Fortaleza, Natal e Recife;
Leste (que sumiu da geografia brasileira): Salvador, Belo Horizonte e Rio de Janeiro;
Sul-Sudeste: São Paulo, Curitiba e Porto Alegre.
Somente entre Manaus e Cuiabá seria necessário estabelecer voos diretos, pois as ligações atuais passam por Brasilia. Todas as demais já têm rotas diretas, que poderão ser reforçadas em função da tabela dos jogos.

Na Alemanha, nem todas as cidades foram contempladas com quatro jogos na fase inicial. Ficaram com apenas três, compensadas com jogos nas oitavas e quartas-de-final. O afunilamento só ocorreu a partir das semifinais (dois jogos) e na fase decisiva (final e disputa pelo terceiro lugar), contemplando apenas quatro cidades. Todas as cidades tiveram o mínimo de cinco jogos, e quatro delas abrigaram seis jogos. Essas não serão, necessariamente, aquelas com estádios com maior capacidade.

Fora a movimentação entre as cidades dos grupo Nordeste Tradicional e Sul-Sudeste, que pode ser rodoviária, nas demais o modo predominante será o aéreo. A maior movimentação ocorrerá ainda no mês de junho, durante a primeira fase, com três rodadas, com jogo no final de semana (sábado ou domingo), no meio da semana (quarta ou quinta-feira) e, finalmente, mais um jogo noutro final de semana. Os que forem eliminados completarão um período máximo de nove dias, fora os de preparação e o de saída.
Para a sua torcida pode ser previsto um período de dez dias, movimentando-se entre três cidades.

Picos: 120 voos unidirecionais? Talvez mais!
Se considerarmos uma torcida de 1.600 pessoas de um país, serão necessários dez voos lotados, de uma cidade a outra. Que serão passageiros a mais do que o movimento normal, seja para negócios ou para lazer. Como há folga de horários, os voos poderão ser realizados em períodos de menor movimento, como entre 11h e 16h ou voos noturnos. Considerando essa média, incluindo torcedores brasileiro que viajarão para acompanhar a seleção, serão 120 voos unidirecionais. A quantidade de aeronaves adicionais dependerá das rotas e horários que forem estabelecidos. Os número acima foram considerados apenas como parâmetros. As estimativas apresentadas indicam números muito superiores, como 500 mil turistas estrangeiros. Os turistas não se movimentarão apenas entre as cidades-sede, mas haverá o interesse de alguns em visitar outros pontos turísticos, fora daquelas, como Foz do Iguaçu, Bonito e outros.

Além da infraestrutura de pista, as estações de passageiros deverão se ampliadas ou melhoradas e, principalmente, os serviços. Como a movimentação será de estrangeiros, mesmo na movimentação interna poderá haver maiores entraves e demoras. Para equacionar todas as necessidades, partindo de estimativas mais seguras, certamente já estamos muito atrasados. E, ao que parece, as autoridades estão esperando para ver o que vai acontecer na África do Sul em 2010, para então sair em “desabalada carreira” para aprontar os aeroportos. A custos muito maiores.



Fonte: Portal da Copa 2014

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