quarta-feira, 24 de junho de 2009

Brasileiro coloca placar eletrônico na Copa e foca negócios para 2014

A presença brasileira na Copa do Mundo do ano que vem certamente vai além do que o torcedor comum possa imaginar. Se dentro de campo a expectativa é por uma boa participação do time de Dunga, na parte de organização o país ocupa um setor em que habitualmente se espera supremacia de grandes potências. Isso porque um dos mais importantes estádios da programação do Mundial na África do Sul, o Ellis Park, contará com tecnologia e manutenção importadas do Brasil em seu placar eletrônico, considerado um dos mais modernos do evento.


No ramo de placares de estádios desde a década de 70, Anazion Cordeiro, cearense de 62 anos, largou a confortável aposentadoria nos Estados Unidos diante da oportunidade financeiramente promissora de abocanhar concessões em estádios da Copa da África do Sul em 2010.

Assim, o brasileiro decidiu migrar sua empresa para a África do Sul em 2007 e desde então tem disputado concessões dos estádios do Mundial. No que define como uma disputa dura com multinacionais, principalmente nas ações de bastidores, Anazion conseguiu o direito de instalar seu material no Ellis Park, uma das arenas mais importantes do calendário da Copa, na cidade de Johanesburgo.

O empresário brasileiro diz ter investido ao todo US$ 2,2 milhões para entrar no mercado sul-africano em 2007 e diz que a jogada valerá a pena. "Nossa empresa (Digitalmatic) é pequeneninha, mas venceu gigantes do ramo e toda a gigantesca burocracia de licitações daqui", celebra.

A empresa de Anazion perdeu a licitação do novo estádio da Cidade do Cabo, mas o empreendedor brasileiro está otimista com relação às chances com o placar da arena de Durban, em concorrência que ainda está em andamento. "Tenho boas chances de entrar nesse estádio. Já estive lá conversando com os portugueses que comandam a obra", diz o empresário, que promete até botar na relação de vantagens contratuais a seleção feminina e a estrela Marta, sua garota-propaganda, para vencer a disputa.

O imenso telão instalado pela empresa brasileira no Ellis Park tem 78 m² e pode ser visto com nitidez de qualquer ponto do estádio. O produto usa a LED, tecnologia de ponta do setor, considerada já adiante em relação às telas LCD, por serem mais finas, leves e, principalmente, mais baratas. "Não consomem quase nada em comparação às outras", diz com entusiasmo.

"Nosso produto custou o dobro da concorrência, mas isso se justifica pela qualidade muito superior da imagem e pela vida útil. O meu telão pode chegar a durar até 100 mil horas. Na teoria, isso representa algo em torno de 12 ou 13 anos de jogos e eventos. Na verdade, a expectativa é ir além, depende muito do uso", afirma o empresário, que também tem em seu portfólio o novo placar do Maracanã, instalado para o Pan-Americano de 2007.

O empresário levou para África do Sul oito técnicos brasileiros quando ganhou a disputa pelo placar do Ellis Park. Hoje, trabalha com quatro profissionais na manutenção do produto. A expectativa é que dois de seus funcionários permaneçam no estádio até a Copa.

Anazion Cordeiro começou no ramo de placares há quase 40 anos junto com os irmãos Agamenon e Orleans. O primeiro grande estádio em que conseguiu expor seu trabalho foi o Serra Dourada de Goiânia, em 1975. De lá para cá, chegou ao Maracanã, onde está fixado em três décadas de evolução, além de Mineirão e Morumbi.

Conhecido como 'velhinho do placar', em menção à figura ultrapassada do garoto que alterava manualmente os placares da era pré-tecnologia, Anazion reclama para si o ousado status de inovador do ramo, que luta pelo seu conceito, não um mero comerciante.

"Pediram para mim material para os fans parks (parques temáticos em cidades sedes destinados a torcedores) da Copa. Falei: 'se é só telão, não faço'. Eu faço muito mais que placares, preparo todo um conceito de informação, com técnicos e câmeras. Sempre respondo que não quero fazer dinheiro, quero fazer história", afirma o brasileiro.

Com o trabalho na África do Sul, o 'velhinho do placar' espera abrir caminho para chegar a Angola, onde negocia instalar telões em pelo menos quatro estádios da Copa Africana de 2010, e para o Mundial do Brasil daqui a cinco anos.

"Eu estava aposentado, vivendo nos Estados Unidos tranquilo com meus netos, quando surgiu essa oportunidade de entrar no mercado da África do Sul. Era um desafio, me motivou. Acabei voltando e adiando minha aposentadoria para 2014, depois da Copa no Brasil", diz o empresário cearense de 62 anos. "Conheço bem os estádios brasileiros, mas lá será uma outra briga de leão", conclui.


Fonte: UOL

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