Embalada, seleção tenta afastar pressão por título nas Confederações
Vivendo seu momento de maior tranquilidade na era Dunga, a seleção brasileira faz de tudo para não perder tal ambiente. Prestes a estrear na Copa das Confederações, o discurso da equipe aponta para a mesma direção: a disputa é importante, mas não é a prioridade no ano. Portanto, será encarada como um torneio para observações e sem grande obrigação de triunfar.
Nem Dunga nem os jogadores querem que a estabilidade conquistada nas últimas partidas das eliminatórias seja abalada. A liderança no classificatório para a Copa de 2010, também na África do Sul, e os três triunfos consecutivos são exaltados com frequência. A Copa das Confederações, assim, fica em espaço delimitado na mente brasileira.
"Não esquecemos as eliminatórias de forma nenhuma, pois esse é o nosso objetivo neste ano: classificar para a Copa do Mundo. Então, independentemente de onde estivermos, sempre estaremos pensando nas eliminatórias", resumiu o treinador.
Com quatro vitórias e um empate à frente da seleção neste ano, Dunga disse antes do torneio que o Brasil não terá grande preparação. Os dias juntos, segundo ele, servirão mais para a união do grupo do que para a evolução dos treinos.
"Se me derem um tempinho para treinar, vou ficar feliz. Mas não posso gastar a energia dos jogadores em treino se daqui a três dias teremos um jogo. Depois disso, tem a recuperação de uma partida já pensando na próxima. Então teremos um tempo mais longo juntos, mas pouco para jogar."
O capitão Lúcio avisa que até fisicamente os jogadores não estão nas melhores condições para a Copa das Confederações, já que a maioria atua na Europa e a temporada no Velho Continente acabou recentemente. Nas eliminatórias o grupo também não estava 100%, mas havia a importância do resultado.
"Sabemos que pelo calendário da Europa e das eliminatórias, vivemos um período em que os jogadores estão muito cansados. Foi um ano inteiro de jogos, treinamentos e cobrança. Mas mesmo assim esperamos representar bem a seleção", ponderou o zagueiro.
Para tentar aliviar ainda mais a pressão sobre o Brasil e seus comandados, Dunga ainda fez questão de transferir a responsabilidade pelo título aos espanhóis, atuais campeões da Eurocopa. "A Espanha tem um grande time, é a seleção do momento e vive grande fase. Eles ganharam a Eurocopa e precisaremos ficar atentos", completou o comandante.