Seleção Brasileira hipnotiza sul-africanos em treino
Sandálias puídas nos pés, sorrisos enormes nos rostos. Enquanto Kaká, Robinho e companhia correm em volta do campo, os meninos sul-africanos apenas observam, hipnotizados com as coloridas chuteiras usadas pelos craques da Seleção.
Eles passam, o olhar acompanha. Parecem não acreditar no que vêem. Tão perto, dois mundos distantes. Os jogadores, acostumados com o sucesso, contrastam com a simplicidade de crianças que transformam aquele momento em uma lembrança única.
Kaká e Juan passam e acenam para eles. É o grande momento. Um deles vai até outro grupo para contar, mas ninguém acredita. Pouco importa.
Atrás dos garotos, centenas de pessoas nas arquibancadas. Correm para um lado, correm para o outro. Batem palmas, dançam e pulam. Não param de cantar músicas africanas indecifráveis, mas encantadoras.
O show muda de lado. A badalada Seleção fica em segundo plano. A bola da vez é a alegria do povo sul-africano. Todas as câmeras se voltam para eles, que tentam aparecer para mostrar como o país receberá o Mundial de 2010.
O treino acaba, a festa não. Os jogadores entram no ônibus e voltam à concentração. Os torcedores seguem cantando, sem parar. A energia é contínua, não termina. Deixam o estádio apenas 40 minutos após a equipe de Dunga.
Os garotos também se vão. A favela, ao lado do estádio Seisa Ramabodu, é o destino. O trabalho os espera pela manhã. Mas nada importa. Nesta sexta-feira, eles realizaram um sonho que levarão para o resto da vida.