sexta-feira, 3 de julho de 2009

Estádio Fonte Nova será implodido até fevereiro de 2010

O Governo baiano lancará o edital de demolição em agosto


A principal praça esportiva da Bahia – o Estádio Otávio Mangabeira (Fonte Nova) – será implodida até fevereiro de 2010 para dar espaço à construção de uma arena mais moderna, dentro dos padrões exigidos pela Fifa para a Copa do Mundo de 2014. O anúncio foi feito pela presidente da Bahiatursa, Emília Silva, quarta-feira, em entrevista coletiva realizada durante o 4º Salão de Turismo realizado pelo Sebrae e Ministério do Turismo, no Centro de Convenções do Anhembi, em São Paulo. De acordo com Emília, o edital de licitação na modalidade "técnica e preço" será publicado em agosto. Ainda não há previsão de quanto vai custar a empreitada, mas já existe prazo máximo fixado para sua execução. "Até o dia primeiro de fevereiro, as obras de demolição devem estar concluídas", adiantou.


Estiveram presentes na coletiva, além de Emília, o secretário Estadual de Turismo, Domingos Leonelli, o presidente da Saltur, Cláudio Tinoco e outras autoridades municipais e estaduais baianas. Na ocasião, eles anunciaram o lançamento dos "Sete Pontos Mágicos de Salvador", um guia para que o turista não perca o que há de melhor na capital baiana. Os repórteres também questionaram os representantes baianos sobre as mudanças no Carnaval 2010, que deve passar por uma reestruturação no circuito original que prevê o desmanche dos blocos na Praça Castro Alves, ao invés de contornar o Edifício Sulacap e seguir pela Av. Carlos Gomes como de costume.


A implosão da Fonte Nova vai ser coordenada pela Secretaria do Trabalho, Emprego, Renda e Esporte do Estado da Bahia (Setre). O estádio serviu de palco para jogos memoráveis no passado, inclusive aos que levaram o Esporte Clube Bahia ao título de Campeão Brasileiro de 1988. Tudo era alegria até aquele fatídico domingo, 25 de novembro de 2007, mais precisamente aos 38 minutos do segundo tempo da partida realizada entre o Bahia e o Vila Nova de Goiás pela série C do Campeonato Nacional. Os 60.007 tricolores presentes comemoravam o empate de 0x0 que elevaria o time baiano para a série B do Brasileirão, quando parte da arquibancada superior não resistiu aos pulos dos torcedores e desabou. Dezenas de pessoas caíram de uma altura de 40 m, resultando num saldo de nove mortos e, pelo menos, 40 feridos.


O estádio Otávio Mangabeira estava em péssimas condições de conservação devido à erosão, rachaduras no concreto, ferrugem nas estruturas metálicas e falta de reformas. Os problemas foram relatados em um laudo técnico antes da tragédia, que pedia a interdição imediata do estádio. O apelo foi ignorado pelos responsáveis pela liberação da arena e a Fonte Nova, local de tantas boas emoções no passado, tornou-se cenário da maior tragédia do futebol brasileiro de todos os tempos. Até hoje, ninguém foi punido judicial ou administrativamente. O estádio foi interditado pelo governador Jaques Wagner e hoje a Fonte Nova se transformou em um elefante branco incrustado no centro da cidade.


Mas os saudosistas e conservadores do futebol não devem lamentar, pois a nova Fonte Nova deve ficar ainda mais confortável que o Estádio Roberto Santos (Pituaçu), que foi recentemente reformado e hoje sedia as partidas do clube tricolor. Além disso, a construção da nova arena esportiva deve beneficiar todo o entorno do Dique do Tororó e imediações, sem falar no conforto de dispor de estacionamento próprio e cadeiras numeradas, segundo o alto padrão de exigência da Fifa.



Fonte: Tribuna da Bahia

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