Justiça suspende obras do Expresso Aeroporto e trem de Guarulhos
Ministério Público paulista aponta falhas no estudo e relatório de impacto ambiental dos projetos O Tribunal de Justiça de São Paulo determinou na última terça-feira (28/7) “a imediata paralisação de toda e qualquer obra” relacionada aos projetos do Expresso Aeroporto e do Trem de Guarulhos. A decisão da 1ª Vara da Fazenda de Guarulhos, região Metropolitana de São Paulo, foi baseada em ação civil protocolada pelo Ministério Público paulista em maio. O promotor Ricardo Manuel Castro, apoiado em parecer do geógrafo Denis Dorighello Tomás, apontou falhas no Estudo e no Relatório de Impacto Ambiental (Eia-Rima) referente aos projetos. O governo paulista considera o Expresso Aeroporto estratégico para aumentar a oferta das viagens aéreas, desafogar o Aeroporto de Congonhas, na capital, e criar um “cartão de visitas” da metrópole, principalmente tendo em vista o grande fluxo de turistas durante a Copa de 2014. A linha férrea de 28Km de extensão ligará a Estação da Luz, no centro de São Paulo, ao Aeroporto Internacional de Cumbica, em Guarulhos, num trajeto de 15 minutos sem estações intermediárias. Já o trem de Guarulhos, cujo traçado é paralelo ao do Expresso Aeroporto, ligará o centro da capital ao bairro Cecap, naquela cidade. A responsável pelo desenvolvimento e implantação dos projetos é a Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM), que contratou a empresa Geotec para a elaboração do estudo e relatório de impactos ambientais. Um primeiro Eia-Rima da obra foi considerado insuficiente e rejeitado pela Secretaria Estadual do Meio Ambiente. A segunda versão do estudo foi aceita pelo Conselho Estadual do Meio Ambiente (Consema) em 14 de abril, mas o Ministério Público considerou sua aprovação e a licença ambiental “nulos de pleno direito” por conterem as mesmas insuficiências do primeiro, “diferindo apenas pelos adendos que foram feitos para responder aos tópicos criticados, de maneira exemplificativa”.
O Ministério Público Estadual (MPE) de São Paulo classificou como “simplórias e generalistas” as informações sobre o impacto das obras nas unidades de conservação (UCs) do Parque Ecológico do Tietê. Além disso, o projeto do Expresso Aeroporto não determina antecipadamente a localização dos canteiros de obras e de implantação do centro de controle operacional e das oficinas de trens.
De acordo com o a avaliação do MPE, não há análise de risco referente às escavações de vala e túnel, o que poderia provocar “desmoronamento durante a execução do empreendimento”. Segundo o despacho, falha idêntica teria provocado “a morte de sete pessoas e danos a edificações e vias públicas” no projeto da Linha 4 do Metrô de São Paulo.
Em nota, a CPTM informa que “não tem conhecimento do teor da decisão” e que “o projeto possui grande apelo ecológico, na medida em que o transporte sobre trilhos é menos poluente e a decisão em caráter liminar da Justiça em Guarulhos adia os ganhos ambientais que irá oferecer à Região Metropolitana”.
Fonte: Portal da Copa 2014