Novas vias ligando regiões de BH começam a sair do papel
Três novos anéis são prioridades; obras aguardam verba do governo federal
O projeto Corta Caminho, antes chamado de Viurbs, que prevê a criação de anéis viários ligando regiões de Belo Horizonte sem passar pelo centro ou pelos atuais corredores de tráfego, começou a sair do papel. Os projetos executivos de três dos quatro principais novos trajetos já estão sendo elaborados. Os técnicos estão nas ruas averiguando onde serão necessárias possíveis desapropriações. O custo estimado das 178 intervenções do programa, que era de R$ 2,5 bilhões, passou para R$ 6 bilhões.
A prefeitura estima que serão gastos R$ 500 milhões só com os três novos anéis, que ligarão as regiões Leste a Oeste, Nordeste a Venda Nova e Venda Nova a Barreiro. A corrida agora é para tentar garantir recursos junto ao governo federal. Ontem (22), o vice-prefeito Roberto Carvalho esteve em Brasília para negociar a incorporação das obras do Corta Caminho no PAC da Mobilidade. As intervenções que serão beneficiadas pela União devem ser anunciadas até o início de agosto, quando a prefeitura saberá se conseguirá tornar os anéis viários realidade antes da Copa do Mundo de 2014.
A consultora técnica da Secretaria Municipal de Políticas Urbanas, Maria Caldas, afirma que, se o recurso não for liberado rapidamente, as obras necessárias para amenizar o impacto do trânsito não ficarão prontas até o Mundial. "A prioridade do governo federal será as obras diretamente ligadas à realização da Copa. Por isso, acreditamos que possamos conseguir recursos, pelo menos, para alguns trechos dos corredores", afirmou Caldas.
Segundo ela, a intenção é criar vias transversais que promovam a articulação do atual sistema, que hoje envia todo o tráfego para o centro.
Nas ruas. Enquanto isso, a mobilização de técnicos das empresas contratadas para elaborar o projeto executivo gera expectativas em moradores e comerciantes. No bairro União, região Nordeste, especialistas fazem medições em ruas próximas a avenida José Cândido da Silveira. O comerciante Lourival Dionízio de Souza, 63, é dono de uma barbearia na rua Camilo Prates há 30 anos. Ele conta que foi comunicado nesta semana, pelos técnicos da prefeitura, que terá que deixar o imóvel. "Já estou procurando um outro ponto aqui perto. Essa obra é muito necessária", disse.
No bairro Jardim Leblon, em Venda Nova, já está sendo executada uma obra de saneamento em córregos, que adiantará os trabalhos para a construção do Corredor Norte Sul. Segundo Maria Caldas, todos os projetos executivos serão finalizados até março do próximo ano. "Então saberemos quantas desapropriações precisarão ser feitas, qual o melhor traçado para viabilizar as obras e quantas pessoas serão beneficiadas", afirmou.
A dona de casa Maria Simone Aparecida, 50, moradora do Jardim Leblon, já está a procura de um novo local. "Não gostaria de sair daqui, porque foi onde eu sempre morei. Mas como parece que a obra não vai demorar a começar, vou tentar pelo menos não ir para muito longe."
Fonte: O Tempo