sábado, 13 de junho de 2009

Copa de 2014 pode aumentar lucro dos clubes

Renda dos principais clubes de futebol do Brasil pode subir dos atuais R$ 130 milhões por rodada para R$ 330 milhões caso eles se preparem para aproveitar o “efeito positivo” do mundial

Um estudo realizado pela consultoria Casual Auditores e divulgado nesta sexta-feira (29) prevê que o futebol brasileiro sofrerá um grande impacto positivo com a realização da Copa do Mundo de 2014 no país, podendo gerar até R$ 330 milhões por rodada, em comparação com os atuais R$ 130 milhões.

O relatório tem como base a experiência da Alemanha após a Copa do Mundo de 2006. Além de benefícios em áreas como turismo e infra-estrutura, o país viu seu campeonato nacional, a Bundesliga, passar do quarto para o segundo lugar em geração de receitas entre os principais campeonatos europeus. Os direitos de transmissão das partidas tiveram alta de 31%, enquanto o valor dos patrocínios subiu 48%. Já a renda gerada pelos estádios cresceu 85%, com destaque para os gastos extras dos torcedores nas arenas, que excluem os valores dos ingressos. Nessa parcela entram despesas com alimentação e a compra de material esportivo, estimuladas por ações de marketing e também pelas melhorias feitas nos estádios. Na temporada 2002/2003, esses gastos extras representavam apenas 11% da receita total das arenas alemãs. Na temporada 2006/2007 foram para 24% e, na seguinte, que ainda não tem dados consolidados, podem ter chegado a 30%.

Amir Somoggi, da Casual Auditores, lembra, no entanto, que o trabalho alemão para colher esses frutos começou bem antes de a Copa do Mundo chegar, algo que os clubes brasileiros precisam fazer agora. “Não podemos pensar apenas na construção dos estádios e no modelo de negócios, mas também em como implementar as mudanças para que o torcedor gaste mais nos estádios”, afirma.

Somoggi cita como exemplo ruim o estádio João Havelange, conhecido como Engenhão, que foi construído para os Jogos Pan-Americanos de 2007. “O Engenhão é um estádio bonito, mas não importa só a construção”, diz. “É preciso se preocupar com o entorno do estádio, os acessos e manter uma taxa de ocupação alta”, afirma. Para evitar repetir a situação do Engenhão, a saída para os clubes brasileiros é agregar serviços a seus estádios, como lanchonetes de qualidade, lojas com produtos esportivos e a criação de espaços para que o torcedor permaneça na arena após os jogos. “Só os clubes que estiverem com essa estrutura pronta poderão aproveitar a onda positiva que a Copa de 2014 vai trazer”, afirma.

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