Seleção troca festa por silêncio na África do Sul
Um helicóptero do exército sul-africano sobrevoa o céu de Bloemfontein. Tudo para garantir a segurança dos brasileiros. Nas arquibancadas, não se vê a euforia dos torcedores. O silêncio é absoluto.
O Estádio Seisa Ramabodu não tem a energia do dia anterior. Nada de gritos, músicas africanas ou danças típicas. Torcida, apenas do lado de fora. A festa acabou. Concentração é a palavra de ordem na Seleção.
Algumas crianças, decepcionadas, esperam pelos craques nas ruas de terra da favela ao lado do estádio. Eles não vêem. Entram no ônibus exaustos e partem com destino a tranqüilidade.
Assim foi o segundo dia de treinos na África do Sul. O foco na estréia da Copa das Confederações, segunda-feira, contra o Egito, fez a comissão técnica fechar os portões para o povo sul-africano.
Os jogadores, que se animaram com a festa de sexta-feira, já estão acostumados ao silêncio e ao isolamento. Ficam trancados em um hotel, de onde saem uma vez por dia para treinar. Na portaria, um carro da polícia impede a aproximação de "estranhos".
A intenção é preservar os atletas, a maioria deles cansados após a desgastante temporada européia. No começo da semana, no Recife, o "oba-oba" tomou conta da concentração na praia de Boa Viagem.
Neste domingo, a Seleção treina de novo sem torcida, desta vez no palco da estréia, o Free State Stadium. Será o último trabalho antes do duelo com os egípcios. Na primeira fase, o Brasil enfrenta ainda Estados Unidos e Itália.