Para economista, arenas sustentáveis podem ajudar a promover a imagem do Brasil
Para o economista Ian McKee, credenciado pelo LEED - Leadership in Energy and Environmental Design (ou Liderança em Design de Energia e Meio-Ambiente), por meio do U.S Green Building Council (Conselho de Construções Sustentáveis), nos EUA, o conceito de Arenas Sustentáveis pode ser um novo cartão-postal do país em 2014.
Para isso acontecer, além de construir arenas "verdes", deve-se agregar serviços diversos ao redor dos estádios. “Shopping e casas de show são exemplos que podem ajudar na sustentabilidade”, afirma.
Na questão ambiental, McKee dá idéias que podem mudar a realidade brasileira e, assim, criar complexos esportivos ambientalmente sustentáveis. “O país já dispõe de energia limpa e renovável, mas se forem usadas coberturas preferencialmente brancas, que reduzem o calor e ampliam a luminosidade teremos um ganho adicional”, explica.
Em outra apresentação, o engenheiro Anderson Benite, do Centro de Tecnologia de Edificações (CTE), mostrou que a Copa no Brasil será uma oportunidade de impulsionar a consciência ambiental no país. “Temos produtos e tecnologia para fazer uma Copa diferente”, disse Benite, que apresentou os principais critérios e normas para obter a certificação LEED.
"O sistema estabelece critérios para medir o desempenho e a sustentabilidade dos projetos. As normas vão do design à construção e operação dos equipamentos. Através delas serão observadas as características do terreno, dos materiais, da água e da energia utilizada na construção, e, por fim, do conforto dos torcedores que vão utilizar os equipamentos”, enumera.
Ao apontar os benefícios da certificação LEED, o engenheiro Anderson Benite enfatizou a responsabilidade socioambiental, redução dos custos operacionais das obras e a equivalência de desempenho dos empreendimentos. “Somado a isso, ainda podemos destacar a geração de mídia espontânea, que surge naturalmente com estes projetos”, afirma.
Desigualdade social
Elitizar o futebol a partir das grandes construções que estão por vir é a uma das preocupações do presidente do Sinaenco-BA (Sindicato da Arquitetura e da Engenharia), Claudemiro Santos Júnior. Ele explica que o país é pobre e a questão da sustentabilidade deve ser ainda mais discutida.
Para Santos, “a área ao redor do estádio pode ser a saída para auxiliar o fator econômico sustentável”. No entanto, ressalta que ainda não se pode prever tal investimento, pois existe a barreira governamental. “Todos os governos estão atrasados. Eles deveriam se integrar para agilizar a discussão sobre as arenas”, fala.
O arquiteto alemão Class Schulitz, um dos responsáveis pelo projeto da Fonte Nova, sinalizou a relação estádio-ambiente. “Pode-se utilizar água da chuva nos mictórios,” diz. Ele, que também foi responsável pelo planejamento do estádio de Hannover, na Alemanha, disse que lá, foram aplicadas formas alternativas de irrigação do gramado, exemplo que pode ser adotado também no estádio baiano.
O Fórum dos Arquitetos da Copa prossegue nesta sexta-feira com um debate sobre a viabilidade econômica das arenas e visita ao estádio Roberto Santos, no bairro de Pituaçu, em Salvador.
Fonte: Portal Copa 2014
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